199 PARTICIPA DE CERIMONIA EM COMEMORAÇÃO PELO DIA 09 DE JULHO
Aconteceu na manhã do dia 09 de julho cerimonia em comemoração a revolução de 1932. A atividade foi na praça Nove de Julho e contou com a presença de autoridades da cidade, Maçonaria, Tiro de Guerra 02050, Legião Mirim e os Grupos Escoteiros Paulo Cesar Marcelino e Shuei Uetsuka.
Foram homenageados os Heroicos combatentes da revolução e os representantes de nossa cidade que estiveram presente no combate. Tambem foi feita homenagem ao Escoteiro Aldo Chioratto.
OS ESCOTEIROS DA REVOLUÇÃO PAULISTA
A participação dos Escoteiros na
revolução constitucionalista foi a mais ampla possível. Servindo a Cruz
Vermelha Brasileira nos hospitais, entregando mensagens, atuando nas atividades
de logística e, inclusive, apoiando os homens na frente de batalha. A luta em
favor da democracia orgulhou Baden-Powell, fundador do Movimento Escoteiro que
elogiou os esforços e o espírito escoteiro de nossos escoteiros.
ALDO CHIORATTO NA
REVOLUÇÃO PAULISTA
Nasceu em Campinas, no dia 05 de outubro
de 1922 e foi registrado como Quioratto, nome de seus pais. Pertencia ao Grupo
Escoteiro Ubirajara, da Associação dos Escoteiros de Campinas; era aluno do
Grupo Escolar Orozimbo Maia.
Durante o conflito havia duas entidades
que atuavam na gestão do escotismo a Cruzada Escoteira e a Boy Scout Paulista é
muito provável que ele tenha pertencido Cruzada, uma vez que ele estava
vinculado a um Grupo Escoteiro de um Grupo Escolar, o que foi muito comum no
período.
Quanto a segunda entidade não há
possibilidade pois ela atuou apenas na Capital com Escoteiros e no Vale do Paraíba
com os Pioneiros que por sinal fizeram um maravilhoso trabalho relatado em um
folheto escrito na época por João Mós um dos grandes escotistas que este país
teve.
Como escoteiro da Comissão Regional de
Campinas e agregado à Cruzada Escoteira Pró-Constituição, foi incorporado nas
tropas paulistas, como mensageiro requisitado pelo Coronel Mário Rangel.
Gozava de grande estima dos Oficiais do
Quartel General pela sua vivacidade e simpatia. Seu trabalho era transporte e
correspondência da estação ferroviária até o Quartel, em Campinas. A revolução
estava no seu auge; centenas de vidas já se haviam perdido e São Paulo resistia
graças aos seus valorosos soldados e voluntários.
Campinas, por ser entroncamento
ferroviário, era muito assediada pela aviação “Legalista” que castigava
constantemente a cidade e seus postos de resistência.
Em um desses ataques, logo pela manhã do
dia 18 de setembro de 1932, uma série de estilhaços atinge o bravo escoteiro
que, ferido mortalmente, não abandona seu bornal de mensageiro.
Ele estava entregando correspondência e o
local, segundo levantamento feito por Chico Marcondes, foi o corredor de uma
residência no centro próximo à estação da estrada de ferro Cia. Mogiana e
Paulista.
Aldo Chioratto não resiste a tão forte
agressão ao seu frágil, mas valente corpo e vem a falecer em virtude dos
ferimentos. Foram 13 estilhaços... 13 são as listas da bandeira de São Paulo.
Aquela criança morria, sacrificada no
altar medonho da guerra; aquela criança que, acima de tudo fora leal à sua
terra, não respirava mais, mas começava a viver para a eternidade na lembrança
dos seus companheiros, do seu chefe, de seus pais, na lembrança do escotismo de
São Paulo.
Aldo Chioratto era escoteiro na cidade de
Campinas durante o período da revolução constitucionalista de 32.
UMA REVOLUÇÃO
VITORIOSA APESAR DA DERROTA
Os paulistas esperavam a adesão de outros
Estados, o que não aconteceu. Em outubro de 32, após três meses de luta (85
dias), os paulistas se rendem. Prisões, cassações e deportações se seguem à
capitulação.
São Paulo lutou contra vinte e um
Estados, embora vencido pela esmagadora superioridade militar da União, São
Paulo obteve, sem dúvida, mais cedo do que fora de esperar, o triunfo de sua
causa. O ato de desafio coagiu o Governo a convocar, um ano depois, a tão
procrastinada Assembléia Nacional Constituinte.
Preparou-se desse modo o fim do poder
discricionário e deram-se os primeiros passos para a elaboração da Carta
Constitucional. Com a dissolução do Governo Provisório, uma nova República teve
seu princípio.
Quem assistiu a Revolução de 32, até hoje
não consegue entender aquele entusiasmo de crianças e mulheres fazendo roupas e
capacetes para os soldados. Os escoteiros entregavam telegramas.
Aqueles que tiveram a oportunidade de
viver seu ideal escoteiro naquela ocasião se orgulham, até hoje, de usar seu
lenço escoteiro e dizer-se: Eu estive lá e cumpri meu dever de ajudar o próximo
em toda e qualquer ocasião!
Aldo Chioratto é para o escotismo
paulista, o protótipo do escoteiro. É, na realidade, a personificação do
segundo mandamento da lei escoteira – “o Escoteiro é leal”; foi leal no cumprimento
os seus deveres, foi leal aos princípios e à necessidade de ser responsável, mesmo
que isso lhe custasse a própria vida.
Os restos mortais de Aldo repousam hoje
no Mausoléu Constitucionalista, em São Paulo, ao lado de outros tantos heróis
dessa epopéia. Única criança a transpor o altar e as portas da glória. Sua
memória permanece indelével em nossos corações e, como um símbolo iluminado em
nosso caminho, brilha para Sempre... Alerta até a Eternidade.