segunda-feira, 14 de julho de 2014

ESCOTEIROS DE PROMISSÃO PARTICIPAM DE CERIMONIA EM COMEMORAÇÃO AO 09 DE JULHO

199 PARTICIPA DE CERIMONIA EM COMEMORAÇÃO PELO DIA 09 DE JULHO

Aconteceu na manhã do dia 09 de julho cerimonia em comemoração a revolução de 1932. A atividade foi na praça Nove de Julho e contou com a presença de autoridades da cidade, Maçonaria, Tiro de Guerra 02050, Legião Mirim e os Grupos Escoteiros Paulo Cesar Marcelino e Shuei Uetsuka.
Foram homenageados os Heroicos combatentes da revolução e os representantes de nossa cidade que estiveram presente no combate. Tambem foi feita homenagem ao Escoteiro Aldo Chioratto.












OS ESCOTEIROS DA REVOLUÇÃO PAULISTA



A participação dos Escoteiros na revolução constitucionalista foi a mais ampla possível. Servindo a Cruz Vermelha Brasileira nos hospitais, entregando mensagens, atuando nas atividades de logística e, inclusive, apoiando os homens na frente de batalha. A luta em favor da democracia orgulhou Baden-Powell, fundador do Movimento Escoteiro que elogiou os esforços e o espírito escoteiro de nossos escoteiros.

ALDO CHIORATTO NA REVOLUÇÃO PAULISTA

Nasceu em Campinas, no dia 05 de outubro de 1922 e foi registrado como Quioratto, nome de seus pais. Pertencia ao Grupo Escoteiro Ubirajara, da Associação dos Escoteiros de Campinas; era aluno do Grupo Escolar Orozimbo Maia.
Durante o conflito havia duas entidades que atuavam na gestão do escotismo a Cruzada Escoteira e a Boy Scout Paulista é muito provável que ele tenha pertencido Cruzada, uma vez que ele estava vinculado a um Grupo Escoteiro de um Grupo Escolar, o que foi muito comum no período.
Quanto a segunda entidade não há possibilidade pois ela atuou apenas na Capital com Escoteiros e no Vale do Paraíba com os Pioneiros que por sinal fizeram um maravilhoso trabalho relatado em um folheto escrito na época por João Mós um dos grandes escotistas que este país teve.
Como escoteiro da Comissão Regional de Campinas e agregado à Cruzada Escoteira Pró-Constituição, foi incorporado nas tropas paulistas, como mensageiro requisitado pelo Coronel Mário Rangel.
Gozava de grande estima dos Oficiais do Quartel General pela sua vivacidade e simpatia. Seu trabalho era transporte e correspondência da estação ferroviária até o Quartel, em Campinas. A revolução estava no seu auge; centenas de vidas já se haviam perdido e São Paulo resistia graças aos seus valorosos soldados e voluntários.
Campinas, por ser entroncamento ferroviário, era muito assediada pela aviação “Legalista” que castigava constantemente a cidade e seus postos de resistência.
Em um desses ataques, logo pela manhã do dia 18 de setembro de 1932, uma série de estilhaços atinge o bravo escoteiro que, ferido mortalmente, não abandona seu bornal de mensageiro.
Ele estava entregando correspondência e o local, segundo levantamento feito por Chico Marcondes, foi o corredor de uma residência no centro próximo à estação da estrada de ferro Cia. Mogiana e Paulista.
Aldo Chioratto não resiste a tão forte agressão ao seu frágil, mas valente corpo e vem a falecer em virtude dos ferimentos. Foram 13 estilhaços... 13 são as listas da bandeira de São Paulo.
Aquela criança morria, sacrificada no altar medonho da guerra; aquela criança que, acima de tudo fora leal à sua terra, não respirava mais, mas começava a viver para a eternidade na lembrança dos seus companheiros, do seu chefe, de seus pais, na lembrança do escotismo de São Paulo.
Aldo Chioratto era escoteiro na cidade de Campinas durante o período da revolução constitucionalista de 32.


UMA REVOLUÇÃO VITORIOSA APESAR DA DERROTA


Os paulistas esperavam a adesão de outros Estados, o que não aconteceu. Em outubro de 32, após três meses de luta (85 dias), os paulistas se rendem. Prisões, cassações e deportações se seguem à capitulação.
São Paulo lutou contra vinte e um Estados, embora vencido pela esmagadora superioridade militar da União, São Paulo obteve, sem dúvida, mais cedo do que fora de esperar, o triunfo de sua causa. O ato de desafio coagiu o Governo a convocar, um ano depois, a tão procrastinada Assembléia Nacional Constituinte.
Preparou-se desse modo o fim do poder discricionário e deram-se os primeiros passos para a elaboração da Carta Constitucional. Com a dissolução do Governo Provisório, uma nova República teve seu princípio.
Quem assistiu a Revolução de 32, até hoje não consegue entender aquele entusiasmo de crianças e mulheres fazendo roupas e capacetes para os soldados. Os escoteiros entregavam telegramas.
Aqueles que tiveram a oportunidade de viver seu ideal escoteiro naquela ocasião se orgulham, até hoje, de usar seu lenço escoteiro e dizer-se: Eu estive lá e cumpri meu dever de ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião!
Aldo Chioratto é para o escotismo paulista, o protótipo do escoteiro. É, na realidade, a personificação do segundo mandamento da lei escoteira – “o Escoteiro é leal”; foi leal no cumprimento os seus deveres, foi leal aos princípios e à necessidade de ser responsável, mesmo que isso lhe custasse a própria vida.

Os restos mortais de Aldo repousam hoje no Mausoléu Constitucionalista, em São Paulo, ao lado de outros tantos heróis dessa epopéia. Única criança a transpor o altar e as portas da glória. Sua memória permanece indelével em nossos corações e, como um símbolo iluminado em nosso caminho, brilha para Sempre... Alerta até a Eternidade.