quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

PRESERVANDO O ESCOTISMO

Como forma de preservar a história, escotista coleciona 1.600 distintivos escoteiros

Existem várias maneiras de preservar a história, mas Rafael Luiz Ferreira (33), além de preservar a história, preserva a paixão de ser escoteiro. Integrante do Grupo de Escoteiros desde 1986, o bibliotecário, especialista em gestão documental tem uma das maiores coleções do estado de Santa Catarina, com 1.600 distintivos escoteiros.
O mestre pioneiro no grupo se mudou a trabalho para Rio do Sul e passou a fazer parte do Grupo Escoteiro Mafeking, mas mantém a coleção na cidade natal, Florianópolis. Mesmo com a mudança, ele está sempre antenado e mantendo contatos com outros colecionadores. “Eu não costumo comprar os distintivos, minha forma de colecionador é a troca. Nossa principal ferramenta de conexão é a internet, mais precisamente o facebook, onde mantemos o Clube CoBras – Colecionadores Brasileiros. Trata-se de um clube virtual de livre associação para escoteiros, bandeirantes, antigos escoteiros, antigas bandeirantes e interessados no movimento escoteiro, onde trocamos idéias e local onde os interessados em colecionar fazem as trocas”, explicou.
Outros aliados dos escoteiros são os Correios, meio mais preciso que eles encontraram de remeter as peças. Colecionar não é brincadeira, enfatiza Ferreira, que tem um sentimento forte pelo escotismo.
Cada distintivo tem uma história, um significado. “Eu tenho peças raras dos anos 50, 60 e 70, que não vendo e nem troco. Além do valor sentimental, há uma riqueza histórica muito grande. Eu costumo dizer que todo escoteiro é um colecionador, porque ao longo dos anos, cada integrante vai conquistando distintivos pela progressão pessoal, que obtêm dentro do grupo, durante a vida escoteira. Mas não coleciono apenas esses, guardo aqueles que marcaram eventos dos clubes, todos com datas e marcos importante”, ressaltava.
Conversar com Ferreira é receber uma aula sobre a história do escotismo, ele conta que o levou para o clube pela primeira vez foi o irmão Odair Ferreira Filho, posteriormente os sobrinhos também ingressaram. “De todos os distintivos que guardo com muito carinho, esta PE ELO Nacional e ELO Regional de Santa Catarina – Escoteiros Locais em Operação. O ELO significa: escoteiros locais em operação. É uma atividade nacional dos escoteiros, realizada localmente, ou seja, os grupos escoteiros de cada setor ou distrito se reúnem em um acampamento para realizar atividades em torno do tema proposto para cada ano. Esse distintivo é do primeiro elo nacional, em 1978”, explicou.
Outro dos que se destacam na coleção é o Jamboree Panamericano, um acampamento escoteiro de maior numero, onde a abrangência da atividade é internacional, abrange a America do Sul, Central, Caribe e Norte. “O que tenho é o distintivo do primeiro Jamboree Panamericano, também conhecido por Jampan. Ele aconteceu na Ilha do Fundão, atual local da cidade universitária da UFRJ, em 1965”, disse.
Com a coleção, o jovem tem o intuito de repassar informações para as pessoas, ele criou um álbum online para divulgar o conteúdo. “Tanto na mídia como em outros espaços eu ainda vejo o escotismo bastante escondido e há nele detalhes muito importantes que podem ser estudados. Eu estou sempre incentivando outros colecionadores a fazerem a divulgação também, para que essa historia não se perca ao tempo. O escotismo esta presente em 200 países, já fiz contato com asiáticos, americanos e pessoas de diversos outros lugares. Colecionar promove o espírito de fraternidade, o conhecimento de novas culturas e lugares. É um intercambio muito interessante. Eu vou continuar colecionando e se algum dia, quando eu estiver com mais idade não tiver mais como continuar, vou doar a minha coleção para alguém que sinta ter a mesma vontade e entusiasmo que eu tenho”, completou.

Reportagem de: Sandro Alencar Fernandes
Publicado no site da UEB




Visitem o  album virtual do colecionador


Nenhum comentário:

Postar um comentário