domingo, 22 de abril de 2012

São Jorge, um mártir, Padroeiro dos Escoteiros.


O texto abaixo é o prefácio do livro “São Jorge, um santo para os escoteiros”, publicado pela AGESCI  em agosto de 2000.

No dia 23 de abril a Igreja festeja São Jorge.
No mesmo dia, os escoteiros e as guias renovam solenemente a Promessa Escoteira, de acordo com o convite de Baden-Powell, o fundador do escotismo, o qual aconselha “relembrá-la” e aconselha aos chefes educadores retornar às fontes, ou seja, reler o livro Escotismo para Rapazes, especialmente nas páginas dedicadas a Lei Escoteira, para redescobri-lhe o espírito.
Baden Powell (…) traz para o primeiro plano a figura do santo cavaleiro, e convida, repetidamente, os escoteiros em reportarem-se às virtudes heroicas de tal modelo o qual pode inspirar-lhes um itinerário de formação educativa. Mas por que São Jorge é um modelo, aliás, o Padroeiro dos Escoteiros, e, além do mais, o seu exemplo nos dias atuais será sempre válido e atual?
São Jorge é um dos santos mais venerados e encarna os ideais do cavaleiro medieval: defensor dos miseráveis e dos indefesos, foi eleito como patrono da cavalaria dos cruzados. É famoso o episódio da sua vida no qual liberta a Princesa do dragão. Especialmente na Idade Média, a luta contra o dragão é o protótipo da luta do bem contra o mal e por isso o mundo da cavalaria vê, no episódio, a encarnação dos seus ideais.
Na iconografia, frequentemente, São Jorge é reconhecido como o cavaleiro numa forma venturosa e heroica, mata o dragão dos olhos de fogo, montado num cavalo com uma lança flamejante e um escudo finamente cinzelado. São Jorge é o exemplo do cavaleiro ardente, entusiasta, fiel, forte, vitorioso.
Baden Powell (…) o propõe como o modelo ao qual se deveria inspirar cada escoteiro ou guia, mesmo que se de fé diversa da cristã. Em particular, B.-P. entende em incitar a cada escoteiro ou guia a empenhar-se, com coração firme e com alegre confiança, como fez são São Jorge em ajudar aos outros, a colocar-se a deles disposição, no serviço aos mais pobres e dos indefesos.
Eis, então, por que São Jorge é um modelo para cada escoteiro ou guia os quais, na Promessa, se empenharam em viver a própria vida a serviço de Deus e dos seus irmãos por intermédio da Boa Ação e o Servir e ajudar a quantos estejam em dificuldades.
No fundo, a mesma Lei Escoteira, como revalidação dos ideais cavalheirescos, encontra São Jorge como o seu modelo de “realidade”. Olhando para esta figura simbólica, um escoteiro e uma guia sabem de poder viver, eles também, a deles grande aventura de filhos de Deus, fiéis e prontos no cumprimento do bem mesmo superando provas difíceis.
Cada escoteiro e cada guia deveriam conhecer a estória do Patrono. É famoso o episódio em que ele enfrenta, com toda a sua força, e mesmo que não armado adequadamente, o embate com o dragão enfrentado com uma simples lança e de muita coragem, abnegação e determinação. E Deus, no qual São Jorge coloca grande confiança, lhe dá as forças para vencer.


Mas, hoje em dia, não há dragões para matar e nem virgens para salvá-las da morte. E então, qual o sentido simbólico da luta daquele cavaleiro cristão?
A sua vitória sobre o dragão simboliza a luta contra o mal, o dragão da tentação, das dificuldades, das adversidades, que cada homem encontra na própria vida. È a luta do bem contra o mal, que cada homem deve enfrentar e saber vencer, se desejar seguir, com fidelidade, a Jesus Cristo.
São Jorge é fiel porque compreendeu que a vida é bela e alegre quando a ela se doa. Dá a sua vida para ser fiel a Promessa. Mesmo que hoje seja difícil ser fiel…. Por causa da sua fé foi perseguido e torturado; recusa-se em abjurar e assim enfrenta a decapitação, pronto em acolher a vontade de Deus. Com o martírio São Jorge oferece um exemplo de fortaleza na fé em Cristo, em todas as circunstâncias da vida.
Conhecer a vida de quem santo já foi proclamando da Igreja nos permite de constatar que o heroísmo cristão tem faces infinitas: uma, a seu modo, pode ser a nossa. Trata-se, então, de não considerar São Jorge como um santo de pedestal, confinado em um nicho e ser incensado….
A santidade é uma prerrogativa de poucos heróis dotados de graças extraordinárias ou o resultado de um procedimento seletivo que descarta alguns e seleciona outros. Todos são chamados á santidade porque esta consiste no pertencer totalmente ao Pai, cada qual de acordo com o seu próprio estado de vida, na plena comunhão com Deus, transformados, acesos, interiormente e intimamente iluminados. Santo é quem responde ao chamado (..) Não somos chamados a uma vida medíocre no plano espiritual, mas a plena comunhão com Deus, ou seja, ao vértice das possibilidades do ser.
Esta é a meta verdadeira pela qual vala e pena viver. A existência é também esta competição, conflito, luta com o mal (…)
Ainda mais na ocasião desta Ano Santo que no convida a mudanças, olhando ao exemplo de São Jorge, como escoteiros e guias, queremos sermos prontos a sermos fieis a Promessa, com a disponibilidade vivermos como cristãos a cada dia para fazer experimentar ao mundo uma verdadeira fraternidade; queremos estarmos prontos em reconhecer em nossa volta as ocasiões para sermos de valia aos outros oferecendo-lhes a nossa generosidade e nossa competência; desejamos sermos prontos a eliminar as raízes do mal em nosso coração assim como no mudo; desejamos empenharmo-nos a fazer da nossa vida algo de belo e de santo.





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